Um
dos melhores aspectos do Draft é a forma como ele prega o equilíbrio, os times
de pior desempenho escolhem primeiro, os times de melhores campanhas escolhem
depois (em essência é isso). Mas o que a história nos mostra, é que não basta
apenas escolher primeiro para construir um grande time. Uma grande equipe não
depende apenas de uma peça para seu sucesso, e sim do conjunto de peças certas,
que trazem acima do nome, eficiência e números.
Times
como Detroit, Anaheim e Los Angeles, estão a anos entre os melhores times da
liga por conta de seus incríveis desempenhos no draft. Suas equipes de scouts
com um trabalho soberbo, conseguem distinguir entre os talentos, quais tem
atributos que se bem trabalhados podem trazer contribuições valiosas ao time. Jogadores
que não possuem hype, mas que possuem a determinação para aprimorar suas
qualidades e melhorar seus desempenhos tornando-os diamantes em produção. Os
Oilers nos mostraram durante anos que ter a primeira escolha não significa exatamente
sucesso garantido, pois o draft vai além da primeira escolha. Vai além do
primeiro round. Webber e Bergeron foram escolhidos no segundo Round. Zetterberg
e Lundqvist no Sétimo Round. Rinne no Oitavo...
A
importância do draft em toda sua extensão se deve ao fato que o Hockey é um dos
esportes que melhor prega o termo coletivo. A quarta linha ofensiva pode ser em
um jogo tão importante quanto a primeira. Ter um center #2 é tão vital quanto
ter um #1 elite, ter um core defensivo com 6 bons defensores é por vezes mais
eficiente que ter 2 defensores fora de série e 4 medíocres. Equilíbrio e
unidade são as palavras chaves para o sucesso hoje em dia. Veja os Penguins por
exemplo, nem o 1-2 punch com Crosby e Malkin é suficiente para trazer outra
taça ao clube, pois falta depth em outros setores vitais.
Torcedores
dos times que estão entre as 26ª e 30ª escolha não devem desanimar por estarem
escolhendo em posição tão tardia. Pois apesar das chances de se achar um
superastro serem maiores nas primeiras escolhas, seu time pode sair com a exata
peça que ele precisava para conseguir chegar a tão desejada Stanley Cup em
poucos anos.
Orgulhosamente,
o Hockey Night Brasil traz a vocês a última parte de nosso Mock Draft:
26 – MONTREAL
CANADIENS
COLIN WHITE (Center) –
USNTDP JUNIORS (USHL)
20gp
– 4g + 13a – 17p
Ter
um prospect como Colin White disponível a essa altura do Draft é uma benção,
ainda mais para uma equipe interessada em aumentar seu Depth central, como
Montreal. Os Canadiens são uma equipe com muito Depth ofensivo e uma defesa
balanceada e eficiente. A pool de prospects dos Habs (principalmente na Right
Wing) é muito rica, com jovens promissores como Scherbak, Adrighetto e McCarron
chegando com tudo. É de center que os Canadiens precisam, e Colin White tem a
cara e estilo da equipe Canadense. Com muita visão de jogo, mãos rápidas, bom
passe e forecheck e backcheck agressivo, White é uma ameaça ofensiva e solidez
defensiva. Um jogador que sabe jogar nas 3 zonas do gelo, protege muito bem o
puck e sabe fazer bem o cycle game. Apesar de já ser forte, o jovem ainda pode
adicionar mais peso e massa em seu corpo, e por mais que seja um jogador veloz,
sua aceleração tem bastante espaço para desenvolvimento. Como Montreal não tem
pressa nem necessidade para acelerar o desenvolvimento de seus prospects, esses
são detalhes que tornam White em uma aposta de baixo risco com uma alta
recompensa. Realisticamente, um possível Center #2 ou #3 para a equipe.
27
- ANAHEIM DUCKS
PAUL
BITTNER (Left Wing) - PORTLAND WINTERHAWKS (WHL)
66gp
- 34g + 37a - 71p (+39)
Apesar
de ter uma Left Wing bem servida, os Ducks não deveriam passar Paul Bittner. O
jovem é um Power-Forward com tamanho, força, muita habilidade com as mãos,
intenso e não tem medo de jogar nas áreas "sujas" do gelo. Até o
começo da temporada, Bittner era projetado para ser escolhido entre as picks 10
e 15, mas viu suas ações caírem quando não conseguiu demonstrar consistência
ofensiva, mesmo em um time dotado de inúmeros talentos como Portland. Bittner,
que tem seu estilo de jogo comparado ao de Scott Hartnell precisa melhorar sua
patinação e aprender a usar melhor seu corpo se quiser chegar na NHL, mas se
conseguir fazer isso, Anaheim terá nele um perigoso Winger para uma segunda
unidade ofensiva. Essa escolha é um bom exemplo de que muitas vezes, selecionar
o melhor jogador disponível talvez valha mais a pena que preencher uma certa “necessidade”.
28 - TAMPA BAY
LIGHTNING (VIA NEW YORK RANGERS)
JAKE DEBRUSK (Left
Wing) - SWIFT CURRENT BRONCOS (WHL)
72gp
- 42g + 39a - 81p (-9)
Tampa
entra nesse draft sem necessidades imediatas. A equipe poderia, entretanto,
focar em revitalizar sua pool de wingers; que conta com basicamente Adam Erne como
principal prospect; ou defensores; que apesar de ter Anthony De Angelo e
Koekkoek sempre tem espaço para melhorar. Na posição que se encontra, Tampa ainda
tem a disposição alguns prospects defensores interessantes, como Ziegenthaler,
Kylington, Gabriel Carlsson ou Jacob Larsson, mas nenhum deles tem um valor ou
potencial maior que o Left Winger, Jake
DeBrusk. Veloz, com mãos rápidas, precisão no disparo, criatividade e boa posse
de puck, Jake DeBrusk se tornaria imediatamente o melhor porspect Winger dos
Bolts. Um jogador Two-Way que não tem muitos defeitos aparentes e que possui
muito potencial se mostra uma escolha mais sábia para esse primeiro round,
ainda mais esse ano que teremos inúmeros bons prospects D sobrando para o
segundo e terceiro round.
29
– PHILADELPHIA FLYERS (VIA TAMPA BAY LIGHTNING)
DANIEL SPRONG (Right
Wing) – CHARLOTTETOWN ISLANDERS (QMJHL)
68gp
– 39g + 49a – 88p (-23)
Com
a primeira escolha de Philadelphia sendo Provorov, é fácil imaginar que esse possa
ser o momento do time começar a investir pesado no ataque. Nessa altura do
draft, Daniel Sprong é o tipo de jogador que os Flyers poderiam se interessar.
Um winger muito ofensivo e com extrema habilidade com as mãos que consegue ser
tanto um playmaker como um finalizador. Possui muita criatividade no passe,
incrível posse de puck e muita agilidade nos skates. Um jogador descrito como
elétrico de acordo com alguns relatórios de scouts. Sprong despencou bastante
nos rankings durante a temporada, pois ainda precisar melhorar (e muito) seu
envolvimento no jogo defensivo assim como sua consistência na marcação, além de
ter que ganhar bastante peso se quiser chegar a vestir a camisa laranja e
preta. Mas como Hextall já deixou bem claro que não terá pressa com seus
prospects, o futuro do jovem Holandês poderá ser brilhante na Philadelphia.
30 – ARIZONA COYOTES
(VIA CHICAGO BLACKHAWKS)
ILYA SAMSONOV (Goalie)
– STALNYE LISY MAGNITOGOROSK (MHL)
7gp
– 2.66gaa + .918 SAS%
Considerando
que Arizona terá nova oportunidade de escolha daqui a dois picks, e que
Samsonov dificilmente passaria de Buffalo com o pick #31, o russo parece ser a
aposta ideal dos Coyotes no encerramento do primeiro round. Tido como melhor
prospect de goleiro no Draft de 2015, Samsonov é uma necessidade para o time de
Glendale que conta com um goleiro principal envelhecido e com declínio de
produção e seu melhor prospect já como Backup da equipe. O jovem russo tem uma
boa altura e muito atletismo, mãos rápidas e um ótimo foco. Apesar de jogar em
uma liga fraca, mostrou todo seu potencial no Mundial Sub18 na Suíça, parando
Auston Matthews e a incrível artilharia americana em um jogo que fez 49 defesas
deixando os americanos marcarem apenas 1 gol. Samsonov ainda precisa melhorar
seu controle de rebotes e consistência se quiser atingir todo o potencial que
lhe é atribuído, o de no melhor dos casos um Franchise Goalie, ou numa
descrição mais realista, um Goleiro #1.
E
aí está! Chegamos ao final dessa nossa curta jornada ao Mock do primeiro round
do NHL Draft de 2015. Esperamos que tenham gostado e fiquem espertos que mais
conteúdo sobre prospects e draft virão em breve. Curtiu ou tem críticas, por
favor comente, adoramos um debate!