Estar fora do TOP 5 no Draft, não necessariamente é motivo
para desânimo. Seu time pode não acabar com um High End Elite Top Center como
McDavid, Eichel, Strome ou Marner, mas isso não significa que os times entre a
sexta e décima escolha esse ano não poderão sair com futuros grandes jogadores.
A história do Draft nos mostra isso:
- Em 1980, os Oilers draftaram com sua sexta escolha o
defensor Paul Coffey (dê uma olhada em suas stats pra saber se foi um steal ou
não...)
- Em 1983, com a nona escolha os Canucks selecionaram Cam
Neely (que acabou virando uma estrela dos Bruins).
- Em 1986, os Rangers selecionaram Brian Leetch com sua nona
escolha.
- Em 1988 foi uma festa, Jeremy Roenick para os Blackhawks
em oitavo, Brind´Amour para St. Louis em nono e Teemu Selanne para Winnipeg com
o décimo pick (tirando o 1st pick overall que foi Mike Modano, estar fora do
Top 5 esse ano foi vantajoso).
- Em 1991, Peter Forsberg foi a sexta escolha do
Philadelphia Flyers (e, por incrível que pareça, foi um “reach” que surpreendeu
a todos gerando muitas críticas).
- Em 1995, os Winnipeg Jets escolheram Shane Doan com sua
Sétima escolha.
Quem sabe em alguns anos não olhemos para trás e encontremos
algum futuro Hall of Famer fora do Top 5 dessa classe de 2015. Bem-vindos a
nossa segunda parte do Mock:
6 – NEW JERSEY DEVILS
MATHEW BARZAL (Center) – SEATTLE THUNDERBIRDS (WHL)
44gp – 12g + 45a –
57p (+13)
Os Devils seguem para esse Draft em uma situação parecida
com a dos Hurricanes. O time tem um sistema defensivo jovem e se mostrando bastante
eficiente, enquanto passa por MUITAS dificuldades no setor ofensivo. New Jersey
tem um ataque com uma média de idade alta, onde os únicos jovens do elenco são
os talentosos Adam Henrique e Josefson. Jogadores como Elias, Gomez e Zubrus
não rendem mais o que rendiam até dois anos atrás. Zajac desde a saída de
Kovalchuk e Parise não tem mais a eficiência ofensiva que tinha, e Ryan Clowe e
Michael Ryder parecem ser sombras dos jogadores que um dia foram. Barzal por
essa razão parece a escolha perfeita para os Devils, e por mais que pareça ser
um “reach” se olharmos para os rankings de scout, esse pode ser um “steal” dos
Devils. O jovem até o ano passado era tido como uma certeza para top 4 nesse
Draft junto com McDavid, Eichel e Hanifin. O que atrapalhou Barzal? Fratura na
rótula do joelho que o afastou por quase 2 meses do gelo. Apesar do tamanho
(6’0” ou 1,83m), o jovem é determinado e não tem medo de enfrentar jogadores
maiores. É um Two-Way Center que é responsável defensivamente e é muito ágil e
traiçoeiro ofensivamente. Se um Forward criativo é que os Devils procuram para
o futuro, Barzal pode ser a melhor opção a essa altura.
7 – PHILADELPHIA FLYERS
IVAN PROVOROV (Defense) – BRANDON WHEAT KINGS (WHL)
60gp – 15g + 46a – 61p (+36)
Ok. Essa escolha causará muitos questionamentos...
Principalmente de torcedores de Philadelphia. “Os Flyers já tem Sanheim, Ghost,
Morin, Friedman, Hagg e Alt”... “Os Flyers não possuem Left Wing”... “O Flyers
precisa de prospectos Forward”... Nós sabemos de tudo isso. Acreditem! Mas
também sabemos duas coisas: O quanto o assunto “Defesa” é sensível para o time.
E que a mentalidade de Philadelphia em Drafts sempre foi e parece continuar
sendo “Escolher o Melhor jogador disponível”. Mesmo se pegarmos a fala de
Hextall do mês passado onde ele diz que a inclinação dele é draftar jogadores
Forward esse ano, ele deixa bem claro que “Se entre um D e um F, o F tiver
maior valor para os Scouts, iremos de F.” Isso significa que, se um D for
considerado mais valioso e com mais potencial que os Fs disponível, os Flyers
irão de D. E é exatamente o caso aqui. Provorov, se compararmos com outros
jogadores disponíveis a essa altura, como Zacha (Inconstante e indisciplinado),
Crouse (ofensivamente questionado), Rantanen (patinação e velocidade
questionáveis) ou Kyle Connor, é o que tem o melhor potencial para impacto em
nível NHL. Além disso, você passaria um prospecto defensivo que tem média de
mais de 1 ponto por partida em seu ano de Draft, que tem excelente jogo
Two-Way, veloz, inteligente e que pode vir a ser um Oliver Ekman Larsson russo
se tudo correr bem? Com Provorov, Philadelphia estaria cada vez mais perto de
ter um core D elite no futuro, mesmo se 1 ou 2 desses prospectos citados no
início não vingassem. Flyers possuem 10 picks nesse draft, (considerado bem
profundo em quesito talentos) incluindo 2 no primeiro round e 6 deles antes da
100ª escolha. Provorov simplesmente parece um projeto bom demais para se
passar.
8 – COLUMBUS BLUE JACKETS
ZACHARY WERENSKI (Defense) – UNIVERSITY OF
MICHIGAN (NCAA)
35gp – 9g + 16a – 25p (+9)
Werenski parece ser uma escolha bem óbvia para Columbus. O
time já possui um core ofensivo jovem e talentoso, mas sua defesa parece não
muito atraente. Atualmente a defesa de Columbus depende da estabilidade e
consistência dos veteranos Jack Johnson e Tyutin, e da esperança de que Ryan
Murray consiga fazer uma sequência de jogos sem se machucar (algo que está
afetando e muito o desenvolvimento da jovem promessa). Sem contar com a já
anunciada saída de Mike Rielly (melhor prospecto defensivo da equipe). Com uma
pool de F que conta com: Wennenberg, Milano, Bjorkstrand e Rychel, os Blue
Jackets devem investir em sua D, principalmente se Zackary Werenski estiver
disponível para ser o 8º pick do ano. Werenski, apesar de pouco comentado, teve
uma temporada fantástica. Foi líder da NCAA entre defensores freshman em pontos
(a frente até de Hanifin), e desempenhou um fantástico trabalho como defensor
Two-Way tanto na sua equipe, quanto pela seleção americana na WJC Under 20.
Além de um bom disparo e boa precisão de passes, Werenski tem um excelente jogo
de transição e pode ser usado tanto no Power-Play, como ser usado no Penalty
Kill no papel de shutdown. Werenski entre os defensores desse draft é o que tem
melhor porte físico (1,88m e 97kg) e ainda tem espaço para crescer. “Grande e
talentoso” são as qualidades que o tornam em uma fantástica aposta para os
Jackets.
9 – SAN JOSE SHARKS
LAWSON CROUSE (Left Wing) – KINGSTON FROTENACS (OHL)
56gp – 29g + 22a –
51p (+10)
Com a contratação de DeBoer, Lawson Crouse se torna uma fantástica
escolha para San Jose. Durante seu tempo em New Jersey o técnico aplicava ao
seu time um sistema de forte marcação no forecheck, pressão na transição do
time adversário e um jogo ofensivo baseado em posse do puck. Crouse tem
qualidades que se encaixam perfeitamente a esse sistema. O grandalhão é um dos
maiores mistérios desse Draft, tido como um High End prospecto apesar de seus
números não serem tão bons assim. Muito disso pode ser atribuído ao fato de que
ele joga em um time sem muitas estrelas onde a maior delas (Sam Bennett) passou
a maior parte da temporada machucado. As qualidades de Crouse, entretanto, vão
além dos números. O jovem mamute de 1,93m de altura e já pesando quase 100kg
tem um forecheck feroz, adora jogar nas áreas mais “sujas” além de possuir mãos
ágeis e um forte domínio e controle de puck (o que torna dificílimo tirar o
disco dele), patinação e velocidade o tornam em uma constante ameaça para
defesas adversárias. Lawson Crouse não é o playmaker que deixará os outros na
cara do gol, mas isso não é tanto um problema quando se tem no elenco jogadores
como Logan Couture, Hertl ou Joe Thorton.
10 – COLORADO AVALANCHE
PAVEL ZACHA (Center/ Right Wing) – SARNIA STING
(OHL)
37gp – 16g + 18a –
34p (+5)
Colorado possui duas necessidades distintas para esse Draft,
solidificar sua Defesa e ter mais depth no ataque. Considerando que
defensivamente o time já possui em seu roster Defensores como Erik Johnson (se
tornando cada vez mais o jogador que esperavam dele quando foi draftado como #1
overall por St. Louis), o cada vez melhor Tyson Barrie e o barato e confiável
Redmond, Colorado ainda conta com prospectos promissores para sua Blue Line
como Chris Bigras, Duncan Siemens e/ou Mason Geertsen. Ofensivamente, os
melhores e mais promissores jogadores da franquia já estão no elenco principal.
Zacha seria um jogador perfeito para Roy, pois consegue jogar tanto na Wing
quanto como center, é um jogador veloz, explosivo, que sabe usar muito bem seu
corpo para ajudar na defesa e tem incrível destreza com o stick para criar
situações ofensivas e abrir espaço para companheiros. Zacha ainda tem um certo
trabalho de desenvolvimento pela frente. O jogador além de inconsistente e ter
apresentado números decepcionantes nessa temporada, tem que trabalhar sua
disciplina (3 suspensões por hits questionáveis na cabeça). Apesar de não ser
um investimento tido como imediato, seu talento e potencial o torna uma aposta
que se, bem-sucedida, trará uma IMENSA recompensa para Colorado.
O espaço para comentários está aberto a discussões (e a partir
de agora terão muitas), então fiquem à vontade para participar e debater. Em
breve a parte 3 de nosso Mock com as escolhas de Florida Panthers, Dallas
Stars, Los Angeles Kings, Boston Bruins e Calgary Flames.